August 21, 2011

A vida secreta das palavras

Hoje eu poderia dizer um tanto de coisas que pensei ser relevante para minha própria vida. Mas a quem interessaria? Quem se dignaria a gastar tempo com aquilo que não somaria algo na sua própria vida? Assim, muitas vezes é como as pessoas lêem o escritor. Palavras carregam consigo um peso grande de contexto e informações que muitas vezes não podem ser ditas por vários motivos.
Ao ler com boa intenção um texto, observa-se que muitas coisas o escritor gostaria de dizer e não foram ditas por qualquer motivo, ora incógnita; não interessa!
Nas entre linhas, uma vida que não se manifesta facilmente. E jamais será descoberta de verdade por aqueles que não possuírem a simplicidade do papel, a cordialidade despudorada e expressiva da caneta, e a objetividade do corretivo. A exigir que se escreva o que seja exato no querer. Alem vontade, perceber que a expressão tem mais importância do que qualquer coisa fora vida. Porque ela é a fala da existência.
A simplicidade do papel como homens faz que os próprios homens se esvaziem de tudo que presumem saber para agregar mais informação. A propósito, bom é falar desta origem como doença perniciosa no seio da sociedade.
Donde nasce a segregação?
Ora, não seria exclusivamente da presunção de saber aquilo que ainda não foi ensinado?!
A respeito de que?
De tudo! Das pessoas, das coisas, dos fatos, dos acontecimentos, da vida, da existência...
 O que seria daqueles que presumidos, se não tivessem sobre o que presumir? Daí, obviamente nasce o pré conceito! E do pré conceito? A segregação. Todas elas...
E também o leitor sempre é acometido deste mal tão terrível. Que lamentavelmente concorre a classificação de mais cruel em sua compreensão ensimesmada.
A vida secreta nas palavras de tão verdadeira não se rende a mentira imaginaria da compreensão na mente dos doentes. Aqueles cuja doença não faz mais que debilitar a percepção e, por conseguinte a compreensão do que é obvio. Tal obviedade não se deixa tocar por meio de interpretação, mas sim de compreensão humilde como o papel simples que se rende ao cordial despudor expressivo da caneta sujeita somente a objetividade do corretivo que não permite ser dito nada alem do que se intenta dizer. Dando ao leitor doente, as entre linhas em branco para que por eles, possa ser inventado o que eles mesmo gostaria de estar vivendo ou que já estão vivendo e, ou do que estivesse escrito.
Pejorativas contextualizações são mirabolantemente criadas a dar sentido aquilo que esta patente. Mas o que impede de ser visto tal como o é?
A falta da simplicidade do papel.
A simplicidade do papel é tão grande que no menor dos espaços em branco nele, permite ao que lhe possui a capacidade acrescentar idéias a ele. No entanto, é de se compreender a necessidade ética de respeitar o direito preferencial daquele que veio antes. Idéias não se patenteiam. Pessoas orgulhosas totalmente destituídas da importância das próprias idéias é que o fazem. Pensando que elas só beneficiariam a si mesmas.
Leônidas SS Valente


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