August 21, 2011

Uma Carta a Ester

Nossas afirmativas são necessárias, minha linda, ao considerarmos a precisão delas. E por falar em precisão, uma das coisas mais interessante de que lembro sobre a suposta escola de Sagres, é o lema: “Navegar é preciso, viver não é preciso.” Fingindo que nosso viver não seja mesmo preciso, gostaria de te convidar a um passeio. Passeio cujo rumo seja incerto e puramente despretensioso.
Neste passeio, é claro, eu gostaria de te fazer compreender a precisão de uma boa companhia. Obviamente quando digo te fazer entender, não quero dizer que você não compreenda; mas fazer-te entender sob minha óptica. É talvez, um desafio que nos aproximaria ainda mais.
Sabe. poucas coisas são necessárias para se ter uma boa precisão no resultado de algum empreendimento realizado por nós. E parece-me razoável a necessidade de um poucochinho de amor. Não muito, mas o bastante! Só o necessário.
É claro que o necessário é suficiente para já estabelecer parâmetros jamais superados em qualquer forma de relação.
Está difícil me compreender? Este é o meu alvo, minha princesa. Fazer-me compreendido por ti.
Lendo o teu texto sobre o milagre da irmandade, imergi em meus nebulosos e herméticos pensamentos a considerar formas padronizadas de relação nesta irmandade miraculosa. Através das quais, todos nós pudéssemos facilmente reconhecer tais milagres.
E por pensar em reconhecimento de milagres, temos por exemplo, os esforços científicos do vaticano a legitimar-los ou, renegar-los.  Eventos vistos de maneira simplista pelo fiel às realizações concretas da Fe abstrata, são ora questionados pelo saber cético da ciência comprovada. Principio que jamais permitirá coadunar a fé com a falta dela.
Pela fé, podemos afirmar que tudo é possível a nós. E por esta mesma, temos experiências cuja possibilidade é impossivelmente racionalizável.  Pela falta dela, a quebra de confiança que somente produz no mais intimo do ser, aquilo que jamais deveria existir no coração do homem. Seja este fiel ou não.
Por certo, aquele que não compreende a razão de viver balizada por parâmetros reais, porem, não comprováveis, se torna incapaz de vivenciar, ou de pelo menos, vislumbrar a possibilidade do impossível acontecer.
Tal credo é certamente o que eu indicaria como indispensável na bagagem. E nesta mesma, ao lado, diria que poderia ser acomodado um pouco de ousadia. Ousadia que traria feitos surpreendentes.
A surpresa a meu ver, não é como possivelmente considerava o ditador do lema da escola de Sagres: VIVER NÃO É PRECISO. Mentira, eu digo. A surpresa não tem o poder de fazer impreciso aquilo que faz a vida bela. E penso que jamais o terá!
Não o tem por vários motivos, dos quais, quero citar apenas um, por considerar ser este, o carro chefe a direcionar tamanha equivocidade na compreensão. O fator que nos faz perceber nossa própria existência é a novidade inimaginável. E esta, quando descoberta junto com uma boa companhia que se torna indelével numa longa jornada, torna a vida ainda mais bela. A novidade abonada casualmente pelo propósito divino produz o inesperado que por sua vez, dá a luz à surpresa.
O que há de mais belo do que pela surpresa, estar aturdido nas próprias expectativas criadas sobre pretexto de uma vida segura? Assim como no mar naquela época e, mesmo para aqueles que utopicamente afirmavam que navegar é preciso, a considerar o destino porem, não avaliando as intempéries da viagem. Uma tempestade, por exemplo, poderia assoprar as velas para um destino diferente do esperado. Não seria também isto uma surpresa para a precisão da navegação? O que faria obviamente que descobrissem novas maneiras e novos mundos dentro de sua própria realidade; dentro de suas “próprias” desconhecidas possibilidades.
A segurança da precisão de saber sobre o destino, não é nada alem de uma prisão com parâmetros sem comparação. Ora, questiono-me, portanto, não seria um paradoxo afirmar que temos um destino cujo caminho, nós não conhecemos? Aquele lema fazia este paradoxo se tornar uma motivação a tal ousadia que disse acima.
Desbravando mar adentro ao desconhecido com propósito de descobrir o encoberto; não é isto também parte da vida? Pois se navegar é mesmo preciso, o viver também o será considerado! Como navegar destituído do viver? Um impossível também possível se assim o crermos.
Para precisão do viver se torna necessário navegar. E talvez, a única impossibilidade ainda não comprovadamente possível é navegar em mar aberto sozinho, sem ao menos a lembrança de alguém especial a nos motivar. Se é preciso a presença para ter força, também o é a lembrança da presença enquanto presente. Pois pela ausência se há de sofrer. E com este mesmo mal, Deus há de punir aqueles que não dão valor a um milagre sublimado pela irmandade que se torna fraterna; que se torna materna; que se torna utópica-real; que se torna sobretudo, a conceição de um novo mundo, com estruturas novas doando formas a algo informe, e não comprovável, como os milagres de sobrevivência a vários naufrágios ou apenas um que concentre em si, a relevância marcante do “existir” preciso.
Para viver um parâmetro incomparável é que convida o paradoxo do navegar preciso, quando a matéria-prima da navegação não o seja. Uma jornada sem rumo e despretensiosa é ao que te convido, minha doce e miraculosa irmã.
A descobrirmos coisas juntos e a fazermos destas descobertas, a historia de desbravadores de lugares nunca dantes palmilhados. Ir aonde ninguém quer ir. E fazer o que ninguém faz. Não pela vaidade de ser diferente ou, pela pretensão de ser melhor sob perspectiva adjacente. Simplesmente precisar o viver do navegar preciso.
Quer vir comigo?
Leonidas S S Valente

A vida secreta das palavras

Hoje eu poderia dizer um tanto de coisas que pensei ser relevante para minha própria vida. Mas a quem interessaria? Quem se dignaria a gastar tempo com aquilo que não somaria algo na sua própria vida? Assim, muitas vezes é como as pessoas lêem o escritor. Palavras carregam consigo um peso grande de contexto e informações que muitas vezes não podem ser ditas por vários motivos.
Ao ler com boa intenção um texto, observa-se que muitas coisas o escritor gostaria de dizer e não foram ditas por qualquer motivo, ora incógnita; não interessa!
Nas entre linhas, uma vida que não se manifesta facilmente. E jamais será descoberta de verdade por aqueles que não possuírem a simplicidade do papel, a cordialidade despudorada e expressiva da caneta, e a objetividade do corretivo. A exigir que se escreva o que seja exato no querer. Alem vontade, perceber que a expressão tem mais importância do que qualquer coisa fora vida. Porque ela é a fala da existência.
A simplicidade do papel como homens faz que os próprios homens se esvaziem de tudo que presumem saber para agregar mais informação. A propósito, bom é falar desta origem como doença perniciosa no seio da sociedade.
Donde nasce a segregação?
Ora, não seria exclusivamente da presunção de saber aquilo que ainda não foi ensinado?!
A respeito de que?
De tudo! Das pessoas, das coisas, dos fatos, dos acontecimentos, da vida, da existência...
 O que seria daqueles que presumidos, se não tivessem sobre o que presumir? Daí, obviamente nasce o pré conceito! E do pré conceito? A segregação. Todas elas...
E também o leitor sempre é acometido deste mal tão terrível. Que lamentavelmente concorre a classificação de mais cruel em sua compreensão ensimesmada.
A vida secreta nas palavras de tão verdadeira não se rende a mentira imaginaria da compreensão na mente dos doentes. Aqueles cuja doença não faz mais que debilitar a percepção e, por conseguinte a compreensão do que é obvio. Tal obviedade não se deixa tocar por meio de interpretação, mas sim de compreensão humilde como o papel simples que se rende ao cordial despudor expressivo da caneta sujeita somente a objetividade do corretivo que não permite ser dito nada alem do que se intenta dizer. Dando ao leitor doente, as entre linhas em branco para que por eles, possa ser inventado o que eles mesmo gostaria de estar vivendo ou que já estão vivendo e, ou do que estivesse escrito.
Pejorativas contextualizações são mirabolantemente criadas a dar sentido aquilo que esta patente. Mas o que impede de ser visto tal como o é?
A falta da simplicidade do papel.
A simplicidade do papel é tão grande que no menor dos espaços em branco nele, permite ao que lhe possui a capacidade acrescentar idéias a ele. No entanto, é de se compreender a necessidade ética de respeitar o direito preferencial daquele que veio antes. Idéias não se patenteiam. Pessoas orgulhosas totalmente destituídas da importância das próprias idéias é que o fazem. Pensando que elas só beneficiariam a si mesmas.
Leônidas SS Valente


January 15, 2011

O Cristianismo e a Responsabilidade Social


Desde o nascimento da igreja Cristã no primórdio do que chamamos de igreja primitiva, ate os nossos dias se mantém o debate sobre o papel do cristão dentro da sociedade na qual ele esta inserido. Este debate perdeu força durante a idade das trevas, ate mesmo pelo domínio que a igreja católica exercia sobre o conhecimento. Acredito que Jesus como o ponto chave e inicio do cristianismo, foi o primeiro a trazer o assunto como parte crucial para uma vida espiritual, mais na idade media, os interesses políticos de manterem este assunto sem foco.
Bom... O tempo passou, a reforma protestante não só abriu caminho para a liberdade religiosa, como também  para a expansão do conhecimento, como foi o caso do iluminismo Frances. Agora fica um questionamento... em que ponto a reforma religiosa, e o acesso direto a bíblia e a ciência como forma de conhecimento, ajudaram ao cristianismo no que tange a questão social? Pergunta difícil não?  É exatamente sobre isto que iremos falar neste texto.
Jesus é a responsabilidade social.
Um dos textos mais interessantes de Jesus que nos remete a uma questão social é o que foi dito no evangelho de Matheus 25, do versículo 31 ao 46, que diz:
 E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória;E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas;E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda.Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me.Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber?E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos?E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te?E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;Sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes.Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos?Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim.E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna.”
 Neste texto Jesus faz alusão ao juízo final e referencia ao que seria o critério de julgamento ou ponto chave para definição por parte do Rei dos que serão os bodes, ou seja, os cristãos desobedientes, e as ovelhas, ou seja, os cristãos obedientes. Jesus não fala sobre questões ritualísticas ou alguma ornamentação litúrgica incutida na pratica cristã através de nosso culto, como sendo algo importante para a salvação, para a entrada no reino que esta construído deste a fundação do mundo.
Para Jesus importante mesmo era a caridade para os necessitados como sendo ponto chave para a pratica cristã e posteriormente entrada no reino. Jesus é tal categórico em assim dizer pelo que podemos notar neste texto dos evangelhos que ele inclusive afirma que toda a vez que fizermos a um dos “pequeninos”, é como se estivéssemos fazendo a Ele mesmo. Agora fica um questionamento. Se para Jesus como descrito nos evangelhos, o importante era a pratica da caridade é um amor despretensioso para com o irmão, por que então não transformar isto no principio, no ponto chave da pratica cristã?
Acredito que isto não ocorra pela a questão da religião e seus ditames dogmáticos que trazem consigo  a dificuldade de nos libertar dos paradigmas religiosos que foram herdados pela  reformista de sua estrutura original, ou seja, da igreja católica.
Vale lembrar que biblicamente falando, tais liturgias e paradigmas não tem nenhum embasamento em sua grande maioria, são  praticas históricas e não bíblicas com base nos ensinamentos do Nazareno.
A igreja é a responsabilidade social.
Bom , se o cristianismo foi fundado através dos ensinamentos de Jesus, e a igreja foi constituída para ser sua representante,  creio que devemos nos  ater ao que foi dito pelo mesmo sobre o assunto para entendermos o que deve ser feito pela sua representante afim de fazer valer tais ensinamentos.
Agora, quanto dos cristãos que você conhece tem visitado a algum preso? Tem trabalhado em programas sociais que ajunta os que têm fome e sede? Quantos cristãos têm trabalhado com ajuda a estrangeiros, e desabrigados?  E se levarmos mais ao pé da letra o que Jesus disse, quantas cristãos tem encontrado com cristo no olhar do que tem sede e fome, no olhar do estrangeiro, no do preso?
Acredito que a pratica cristã que tem de forma indiscutível no amor sua premicia, perdeu a capacidade de amar de forma objetiva, indo realizando  como dito por cristo para militar no campo da suposta atividade espiritual , que a oração, a pregação de um cristianismo falado mais em sua grande maioria não vivido, ou seja, como diria Tiago uma fé que não é demonstrada através das obras, e conseqüentemente vazia de sentido.
Jesus coloca a responsabilidade social como ponto chave para a salvação, e como ponto para se classificar se alguém pode ser considerado obediente aos seus ensinamentos ou não. Se avaliarmos este texto por esta óptica a responsabilidade social passa a ter papel primordial na inclusão de ambos os indivíduos ao reino do céus,ou seja,  tanto o que recebe a ajuda, tanto daquele que o leva a ajuda.
O movimento cíclico de amor, na ação social.
As ações sem sombra de duvidas são  uma forma poderosa de pregação do evangelho, sendo mais ousado não temo em dizer que talvez seja a forma mais concreta de se demonstrar sua fé, digo concreta, não única.
O interessante é que neste texto tanto o que recebe a boa a ação tanto o que faz , recebe algo de Deus. Ao que recebe, fica o conhecimento de Cristo através de uma igreja que tem como missão diplomática levar a mensagem de Jesus, ou seja, o amor aos que realmente precisam dele, e a igreja que faz tal ação, recebe de Jesus a mensagem de que o que é feito é feito a Ele, sendo assim Jesus se manifesta de forma cíclica, de forma recíproca, levando para o marginalizado  algo novo e renovando com aquele que já conhece seu relacionamento com Deus através do amor em Cristo.
Esta leitura de tal texto,  digamos que renova e faz com que o amor que cremos em Jesus através de um conceito de responsabilidade social de cuidado, de inclusão e não de marginalização poderia manifestar Deus em nossa sociedade e representar assim um doce revolução.

A inclusão – A responsabilidade social de Cristo.
Quando pensamos naqueles citados por Cristo no texto acima, vemos que em nossa sociedade de hoje, e sem duvidas no contexto social de Cristo da mesma forma, se trata daqueles que a sociedade chama de marginalizados, ou seja, os que estão a margem da sociedade.
Jesus em varias oportunidades demonstrou que sua missão era as ovelhas perdidas da casa de Israel, e conseqüentemente os marginalizados. Para Jesus a inclusão de tais pessoas na fé cristã era um ponto chave de sua missão.
Devemos pensar que a inclusão ao contrario da marginalização deve ser um principio, ou seja, ponto chave para a pratica cristã.
Lutar por incluir os que estão presos os que tem fome, os desabrigados,  em uma sociedade que tem como uma de suas características mais marcantes a sua capacidade de estigmatizar e criar padrões de comportamentos pré- estabelecidos, fazendo com que seres humanos, pessoas com total capacidade para o desenvolvimento é a mudança se vejam fadados a uma leitura pré-conceituosa no sentido amplo da palavra, e ponto chave.
Devemos conservar em nosso olhar a esperança e a atitude de lutar por aqueles que estão nesta condição. Claro que digo isto com base no que foi dito no texto em questão.
Se nos conformamos com tal situação, dificilmente lutaremos para a mudança, para a inclusão. Ter um olhar não acostumado com tais questões pode ser fator decisivo para lutar por questões sociais.
Pacto de Lausanne- E a responsabilidade social.
Em 1974 em Lausana, Suiça, foi realizado um grande congresso na intenção de equalizar as vozes da igreja protestante moderna, e neste congresso foi criado o comitê mundial das igrejas evangélicas. Este congresso ficou conhecido como um ponto crucial, momento relevante na qual a o protestantismo se posicionou em mundo relativista, e definiu que ser cristão estava muito alem de seguir ou se apegar a uma serie de doutrinas e sim fazer valer os propósitos e a vontade de Deus.
Neste congresso a questão da responsabilidade social da igreja, foi discutida e foi tocada questões como o pré-conceito, conciliação e justiça:
Veja abaixo a parte do Pacto de Lausanne que fala sobre a responsabilidade social cristã:
“Afirmamos que Deus é o Criador e o Juiz de todos os homens. Portanto, devemos partilhar o seu interesse pela justiça e pela conciliação em toda a sociedade humana, e pela libertação dos homens de todo tipo de opressão. Porque a humanidade foi feita à imagem de Deus, toda pessoa, sem distinção de raça, religião, cor, cultura, classe social, sexo ou idade possui uma dignidade intrínseca em razão da qual deve ser respeitada e servida, e não explorada. Aqui também nos arrependemos de nossa negligência e de termos algumas vezes considerado a evangelização e a atividade social mutuamente exclusivas. Embora a reconciliação com o homem não seja reconciliação com Deus, nem a ação social evangelização, nem a libertação política salvação, afirmamos que a evangelização e o envolvimento sócio-político são ambos parte do nosso dever cristão. Pois ambos são necessárias expressões de nossas doutrinas acerca de Deus e do homem, de nosso amor por nosso próximo e de nossa obediência a Jesus Cristo. A mensagem da salvação implica também uma mensagem de juízo sobre toda forma de alienação, de opressão e de discriminação, e não devemos ter medo de denunciar o mal e a injustiça onde quer que existam. Quando as pessoas recebem Cristo, nascem de novo em seu reino e devem procurar não só evidenciar mas também divulgar a retidão do reino em meio a um mundo injusto. A salvação que alegamos possuir deve estar nos transformando na totalidade de nossas responsabilidades pessoais e sociais. A fé sem obras é morta.”
Acredito que devemos entender a responsabilidade social, como ponto chave para a igreja moderna, na luta por cumprir parte do seu propósito existencial que a inclusão dos homens em um universo de amor, e justiça.
Acredito que apesar da reforma e de todo o conhecimento, dos pactos e de todas as questões possíveis, ainda assim estamos muito aquém do que realmente foi proposto desde o inicio.
Fico meu desejo que um dia  possamos nos apegar a estas questões a assim lutar para que possamos como representantes de Cristo, levar nosso Deus da melhor forma possível a todos que realmente precisam de um conforto, de amor, de comida, de água, de vestes, enfim... de inclusão.

Thiago Ferreira dos Anjos.
Belo horizonte, 12/01/2011, Brasil.

January 14, 2011

Jesus era voluntário?



“E o verbo “se fez” carne e habitou entre nós......”
(João 1; 14)
Jesus era voluntário. Afirmo isso com base no que o evangelho de João diz a respeito de Cristo, ele afirma que o verbo “se fez”, ou seja, Cristo quis vir sem nenhuma imposição ou pedido do Pai, ele simplesmente disse eu sou voluntário.
Uma das definições de voluntario é; aquele que age espontaneamente.  A decisão de amar feita por Cristo foi algo espontâneo, sem pressão. Foi em uma decisão sem pressão que o verbo SE FEZ, e desta forma decidiu não ser mais Deus como Deus, e passou a ser carne sendo Deus como Homem.
Quando Jesus toma a decisão voluntaria de ser Deus em carne ele demonstra a seu amor é principalmente a sua capacidade de ser o líder na redenção da humanidade. Deus precisava de um sacrifício sem medida, sem possibilidade de ter uma analise quantitativa, mais que representasse uma qualidade na qual abalasse toda a sistemática do cosmos, e isso foi representado no amor incondicional apresentado pelo voluntario Jesus Cristo.
Ser voluntario implica em ter um amor que não exige nada em troca, um amor despretensioso, pois um voluntário trabalho sabendo que o seu esforço não lhe rendera nada em valores quantitativos ($). Ser voluntario implica em ter um coração disposto a não ter expectativas com relação à gratidão, pois um voluntario trabalha sabendo que a maioria dos homens são ingratos e que seu esforço provavelmente não será valorizado.  Ser voluntario implica ter paciência e retidão, pois todo voluntario sabe que o que gera resultados não é a força e sim a constância e que as mudanças ocorrem em doses homeopáticas, sendo assim quando decidimos ser voluntários decidimos ser pacientes. E se juntarmos isso tudo veremos que ser voluntario e seguir um exemplo de Cristo, pois Cristo deixou o Céu, para nascer em uma manjedoura e viveu sem nenhuma riqueza quantitativa($). Cristo sabia que seria crucificado e que todo seu esforço na humanização dos pequenos, juntamente com seu esforço em sensibilizar os soberbos, não seria o bastante para gerar gratidão no coração de Israel. Cristo sabia que amar implica em ter paciência, pois Jesus andou 3 anos com um traidor sabendo que ele o trairia desde o inicio, e nem por isso deixou de ter paciência.
Mais ser voluntario e ser parecido com Cristo, principalmente, por que quando somos voluntários, despregamos de nos mesmos, falo isso pois Cristo deixou de ser Deus como Deus para ser Deus como Homem, e quando teve esta atitude ele teve empatia, e a empatia trouxe a experiência de ser homem o que possibilitou Cristo ser o líder da redenção!! Sim !!! Afirmo isso sem medo, pois como posso falar algo que não vivi? Como posso julgar algo que não conheço? Então ser homem, fez de Jesus o sumo sacerdote.
Liderança é acima de tudo ter empatia, e ter empatia e abrir o caminho para conhecer aquele na qual você se coloca no lugar, e quando nos colocamos no lugar das pessoas podemos viver um pouco da experiência delas, e isso com certeza nos faz mais humanos. E quando nos tornamos mais humanos estamos perto de Cristo, pois o que fez de Cristo o homem mais divino na humanidade foi o fato dele ter sido o mais humano!

Thiago Ferreira dos Anjos

Quero Ser mais Humano

É curioso como, com o passar dos anos e o aproximar da velhice, nossos valores mudam. Posições que ambicionávamos, conquistas que valorizávamos e pessoas que nos impressionavam, perdem seus encantos. Vamos fechando portas atrás de nós, para euforias juvenis e idealismos inconseqüentes. Já não invejamos o triunfo dos insolentes ou o sucesso dos ufanistas. Hoje, ainda sem ser velho, já consigo sentir indiferença para os sonhos mirabolantes dos messiânicos. Confesso que perdi, inclusive, a vontade de ter a última palavra sobre qualquer assunto e não me empolgo com debates que só dão uma falsa sensação de prestígio.
Esse processo começou, quando enfrentei uma crise, lá por volta dos meus quarenta anos. A própria consciência de que vivia na meia idade, me fez desistir de querer ser herói, conquistador, eleito especial ou semi-deus. E de lá para cá, caminho cada vez mais consciente, que muito dos meus esforços lendo, estudando, trabalhando, madrugando e virando noites, para “não perder tempo”, eram vaidade e correr atrás do vento. Olho para trás e percebo que não foi de minhas poucas conquistas ou dos reconhecimentos humanos, que obtive meus melhores contentamentos. Vieram do amor de minha família e de amigos verdadeiros; gente que não temia partilhar o mesmo jugo que eu.
Assim, fiz alguns ajustes. Redirecionei minha leitura bíblica. Mais do que saber os detalhes exegéticos ou técnicos, ansiei que a Palavra me levasse a uma relação mais íntima com Deus. Reli a Bíblia de capa a capa, procurando o coração paterno de Deus. Dialoguei com pessoas que tratam da Espiritualidade Clássica. Recompus minha vida devocional. Aprendi sobre oração contemplativa e redescobri a meditação bíblica. Devorei alguns clássicos como “A Imitação de Cristo” de Tomás de Kempis, “A Volta do Filho Pródigo” de Henry Nowen, “A Montanha dos Sete Patamares” de Thomas Merton e o “Schabat” de Abraham Joshua Heschel. Eles e outros se tornaram meus mentores nessa nova busca interior.
Talvez, a maior descoberta que faço, nesse tempo que antecede o outono de minha vida, é que minha maior vocação é tornar-me mais humano. Desejo aprender a ser generoso e sereno. Almejo rir, risos contagiantes; quero amar coisas simples e contemplar mais a natureza; saber me deliciar com arte; brincar com crianças, ler poemas e ouvir a melhor música. Preciso ser mais empático com o pobre, acolher o perdido e dar minha mão para o abandonado.
Nessa jornada espiritual, perdi o medo de me desnudar e mostrar vulnerabilidade. Outrora, eu temia a censura daqueles que poderiam se escandalizar com minha fragilidade. Tentei, muitas vezes, impressionar as pessoas com discursos valentes, quando, inseguro, pedia que Deus segurasse minha mão. Receava que algum psicólogo detectasse disfuncionalidades em mim e na minha família. Acreditava que, se alguém diagnosticasse meu envolvimento no evangelho como uma fuga, perderia toda credibilidade. Evitava contatos íntimos, para que as pessoas não notassem que eu não era tão “resolvido”, como demonstrava.
Na mitologia grega as sereias eram criaturas de extraordinária beleza e de uma sensualidade irresistível. Quando cantavam, atraíam os navegantes que não conseguiam pelejar contra seu poder de sedução. Obcecados por aquela melodia sobrenatural, os pilotos arremessavam seus navios contra as rochas da ilha, naufragavam, e as sereias devoravam os tripulantes. Os gregos relatam que apenas dois conseguiram vencer o encanto de inimigas tão terríveis. Orfeu, o deus mitológico da música e da poesia, encontrou um recurso. Quando sua embarcação aproximou-se de onde estavam as sereias, ele salvou seus parceiros, tocando uma música ainda mais doce e envolvente do que aquela que vinha da ilha. A outra solução foi encontrada por Ulisses. O herói da Odisséia não possuía talentos artísticos. Sem dons, sabia que não venceria as sereias. Reconhecido de sua fraqueza e falibilidade, concebeu outro plano. No momento em que sua embarcação começasse a se aproximar da ilha sinistra, mandaria que todos os homens tapassem os ouvidos com cera e que o amarrassem ao mastro do navio. Depois que encarou sua fraqueza e incapacidade de enfrentar as armadilhas das sereias, rumou para a ilha conforme o plano. Do mesmo modo, deu ordem aos tripulantes: mesmo que implorasse para que o soltassem, as cordas deveriam ser apertadas ainda mais. Quando chegou a hora, Ulisses foi seduzido pelas sereias como previra, mas seus marinheiros não o libertaram. Quase louco, pedindo para ser solto, passou incólume pelo perigo. O relato mitológico termina afirmando que as sereias, decepcionadas por haverem sido derrotadas por um simples mortal, afogaram-se no mar. O que salvou Ulisses não foi a percepção de sua superioridade, mas a consciência de sua fragilidade. Ele não tentou enganar a si mesmo. Eu também não quero me iludir com os meus dotes órficos. Dependerei que meus amigos me amarrem aos mastros para não ceder aos cantos sirênicos..
Assim, descanso. Sinto-me livre para afirmar que ainda estou em construção. Sou um projeto inacabado e não escamotearei minhas ambigüidades. Agora, quando me sentir cansado, terei liberdade de desabafar como Jesus: “Ó geração incrédula e perversa, até quando estarei com vocês? Até quando terei que suportá-los?”. (Mateus 17.17) Quando precisar lamentar, lamentarei, igual a ele, quando, triste e angustiado, disse: “A minha alma está cheia de tristeza até a morte”. (Mateus 26.37). Quando tiver vontade de rir, rirei e dançarei de alegria.
Hoje, já não me importo de parecer incoerente ou politicamente incorreto. Dizem que os pensamentos dos anciões tendem ao enrijecimento e que os velhos resistem mudar de opinião. Busco não me engessar, apegado às minhas velhas idéias e indiferente às novas. Quero seguir o exemplo de Jesus que, em nome da vida, não temeu contradizer as rígidas normas religiosas – Mateus 12.2-7; não respeitou os preconceitos sociais, quando conversou com prostitutas e acolheu gentios – Marcos 7.24-30; não teve receios de voltar atrás em sua palavra, para atender uma mulher siro-fenícia – Marcos 7.24-30. Permanecerei alerta para não me tornar um dogmático e faccioso; cego por minha obstinação.
Recuso encarnar o personagem de Álvaro de Campo (heterônimo de Fernando Pessoa) no poema “A Tabacaria”. A experiência do poeta foi acordar do próprio passado, como um pesadelo e perceber que perdeu contato com a sua própria alma. Viveu uma mentira da qual não pôde escapar. Perdido de si mesmo, não se encontrou mais.
“Vivi, estudei, amei, e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu...
Fiz de mim o que não soube,
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi no espelho,
Já tinha envelhecido “.
Anseio por uma humanidade não fingida, que não tenta transformar a mensagem do evangelho em um espelho mágico, que fala o que desejo ouvir. Lerei a Bíblia também contra mim. Permitirei que, como espada, ela penetre no mais profundo de meu ser, discernindo, inclusive, as intenções nebulosas de meu coração.
Atenderei a admoestação do profeta Miquéias (6.8): “Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o Senhor exige: pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com o seu Deus”.
Acredito que vem dele, minha teimosia de acreditar que não precisamos esperar morrer para começar a viver. E como passamos rapidamente, sugiro que comecemos já.
Soli Deo Gloria
Via site Ricardo Gondim

January 12, 2011

Disposição para Fazer

"É sempre interessante notar o quanto o senhor Jesus esteve perto das pessoas menos favorecidas. Até mesmo os teólogos mais renomados, têm suas mentes intrigadas com tanto identificação da parte de Cristo Jesus, com esta classe.
A pergunta que foi feita a mim certo dia, depois de assistir a morte de uma pessoa tão linda no Panamá, quando de minha mesquinhez não tinha com o que ajudar mais aquela triste persona a que minutos lhe era subtraído da existência. Naquele momento, Calishah estava morrendo de malaria e eu ali, estava sem ao menos poder fazer algo por ela. Prestei-me a tomar suas mãos suadas e tremulas e dizer pra ela que não estava só. Eu estava ali.
Muitas coisas poderíamos fazer para muita gente, mas pouco temos feito dado a carga enorme de tristezas e medos que carregamos em nosso coração. E tudo isto, por causa do egoísmo latente que faz de nós, escravos numa vida tão bela.
Eu estive num lugar chamado Cotito no norte do panamá onde tive o prazer de conhecer pessoas boníssimas, cuja a vida era devotada a cuidar do outros. Num sitio pequeno sem luxo algum e para falar em conforto, quase sem. Neste lugar foi que conheci um frade franciscano cuja infância não tivera em prol de cuidar dos companheiros de rua. Morava na rua e todos os dias precisava vencer para comer. Vencer para não ser tratado como marginal. Vencer para viver.
Tal homem favorecido por Deus, visando sua missão como “resgatador” dos marginalizados, viveu sua vida para ajudar o próximo. Eu tive o prazer de conhecê-lo.
Em certo momento quando ainda fisicamente na terra, Jesus Cristo disse que devemos ajudar o próximo. Devemos amar o próximo. Devemos auxiliarmo-nos uns aos outros. É imperativa a instrução de Deus através da parábola que se conta quanto aos necessitados.
“então dirá o Rei aos que estiverem a sua direita: vinde benditos de meu pai, possuí por herança o reino que vos está preparado deste a fundação do mundo.
Pois tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes;
Estava nu, e me vestistes; estive enfermo, e me visitastes; preso e fostes ver-me.
Entao perguntarão os justos: Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer: ou com sede e te demos de beber:
E quando te vimos forasteiro e te hospedamos: ou nu e te vestimos:
Quando te vimos enfermo, ou preso e fomos ver-te:
Ao que lhes responderá o Rei: Em verdade vos digo que, quando fizestes a um destes meus pequenos irmãos, a mim o fizestes.
Então dirá também aos que estiverem a sua esquerda: apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.
Pois tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber;
Fui forasteiro e não me recolhestes; estive nu e não me vestistes; enfermo e preso e não me visitastes.
Então eles também lhe perguntarão: senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou preso, e não te servimos:
Então lhes responderá: em verdade vos digo que , todas as vezes que deixastes de fazer a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer.
Irão estes para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna.”
Este texto se encontra no livro de Mateus 25 versículo 33 ao 46. Em apenas treze versos Jesus resumiu a receita para tocar o coração do Criador.
É inerente, se toco ao homem, toco a Deus (Criador da humanidade, mesmo desvirtuada).
Não precisa ser um exegeta exímio para compreender ou um teólogo versado na hermenêutica textual do capitulo para compreender bem, o que está sendo comunicado por Jesus Cristo.
É claro o dito, e por assim ser, não há margem para dificuldade de compreender. Não se pode confundir o que está bem identificado e bem separado.  É como os elementos se distinguindo por si só. Cada qual encaminhando-se a seus respectivos lugares.
Mas o que chama muito a atenção neste texto é que o Criador diz: “(...) quando fizestes a um destes pequeninos a mim me fizestes.”; e “quando deixastes de fazer a um destes meus pequeninos, a mim deixastes de fazer.” Não tem como se enganar. É claro!
Eu posso citar algumas pessoas que tocaram o coração do criador através da minha vida.
Certa vez, quando em Belo Horizonte, uma da grandes cidades do Brasil, estive por um tempo, e era 2006, inicio do ano. Eu estava trabalhando como voluntario na Cruz vermelha daquela cidade quando deu a hora do almoço.
Era janeiro e estávamos trabalhando a toda força para selecionar, embalar e enviar donativos para as vitimas da tsuname que havia atingido a Ásia cerca de um mês antes.
Tal dia, por morar perto da sede da cruz vermelho de MG, não me preocupei em levar qualquer valor em dinheiro, e mesmo porque eu não tinha para gastar. Eu fui até lá, caminhando. Não me era pesado fazê-lo! Mas pensando assim, deixei também o dinheiro da alimentação.
Aquele dia foi um acontecimento precioso pra mim. Alguém tocou o coração do Criador.
Uma estudante de medicina cujo nome não tenho permissão para citar, a chamarei de Doutora. Dra comprou uma quentinha e percebendo que eu não tinha subido para a cantina, quando desceu me disse: “amigo, eu deixei a metade da quentinha que comprei, la na cantina pra você.”
 Então eu tive aquele favor, como um ato divino. Que me fez lembrar tantas vezes em campo, que fui assistido pelo favor do homem a Deus. Mais uma vez o coração do Criador foi tocado por alguém.
Então me tornei grato e como meus amigos mulçumanos, me tornei alguém devedor de honra a pelo menos “uma pessoa” mais.
Sempre a chamei de Dra. Este é um tratamento informal pois a chamei mesmo antes de se formar. Não se trata também de uma intimidade para apelidá-la, mas de um respeito a condição dela. Uma pessoa humana. Vivendo e agindo humanamente; foi o necessário para tocar o coração do Criador."
Leônidas Valente
Extraido de: Tocando o Coraçao do Criador, cap. 3, pags 45,46 e 47.

Doando Sonhos


Há muito tempo eu estava pensando nas informações que recebemos do mundo. E que tipo de sentimento estas informações geram em nossos corações.
Certo dia, eu li o jornal e vi que muitas coisas estavam fora do lugar. Comecei a perceber que aquelas informações estavam já me deixando triste e preocupado com o rumo que o mundo estava tomando. Tal jornal era o “The New York Times”; um jornal de renome cujas informações são seguras e imparciais. Neste exemplar que eu lia, trazia uma matéria falando muito mal do meu país (a meu ver). Aquilo então, era deprimente pra mim, porque por ser um jornal lido no mundo inteiro, se tornou um vergonha, pra mim, mundial.
Sabe, na verdade este foi o inicio de tudo. Comecei a pensar no caminho inverso da informação sem privar o povo de saber dos acontecimentos. Não nos é possível impedir que noticias ruins sejam publicadas. Contudo, podemos guarda o que temos para que a má noticia, não destrua ou não o faça ser desacreditado.
Aqui está, a Razão de boas novas (boas Noticias), se referirem ao evangelho de forma muito profícua e clara ao que toca o amor de Cristo por todo o mundo.
Nisto tenho visto o cuidado de Deus para gerar a reação certa no coração do homem. Não falsas esperanças, nem mesmo o que fosse pouco duradouro. O menor feito que fosse realizado tendo em vista o melhor que podemos fazer para o bem-estar de outrem e para o próprio ser, é por assim considerar, uma coisa agradável.
Não há o que considerar quanto ao feito disposto em obras grandiosas. Meu melhor feito está em ler aquele jornal que me fez perceber a condição danosa que a má noticia gera em nossos corações.
Tudo o que temos, está sujeito ao que nós fazemos. Digo de modo geral! Quando usamos mal aquilo o que temos quanto ao que fazemos então, podemos multiplicar ou extinguir totalmente o beneficio à propriedade disposta.
Saber o que fazer determina o que devemos também realizar para termos nele, a verdadeira motivação para produzir feitos prodigiosos que não tragam vergonha. Nota-se que os seres humanos sempre estiveram focados em prodigiosos feitos.
...
Fazer a tua parte é o teu negocio com Deus. Os Lucros são eternos.


Leônidas Valente

O Chamado

Foi assim, que no final de um dia de trabalho proveitoso, durante a viagem de ônibus, meditava sobre o dia. Comecei aquele dia com o coração cheio de gratidão e desejo de me aproximar daqueles momentos vividos pela manhazinha. Percebi quanto tempo nós gastamos com cansaço e pelo desejo de viver de uma maneira diferente. Já estou cansado de viver Para mim mesmo. Deus me chamou para cuidar e pregar o amor a toda criatura.
Ser missionário era algo que eu temia escutar como pedido de Deus. Mas ele com o seu Espírito Santo, lindo e maravilhoso, aos poucos, me convencera de largar tudo e ir por onde ele me levasse.
Tranqüilizou meu coração, saber que quando fosse a hora, me chamaria mas, até lá, o seu Espírito me capacitaria para estar pronto.
De tempos em tempos, o Senhor me fala sobre seu sonho de misericórdia pelas nações.
Deus tem ouvido a nossa oração para que haja mais trabalhadores para a colheita. Tenho presenciado o chamado de Deus se confirmando no coração de jovens e como que pelo fogo, Deus está nos passando, para que aperfeiçoados e capacitados, possamos ir como ele tem dito: “luzeiros para as nações”.
Enquanto meus olhos se perdiam fixos em pensamentos, meu espírito dizia ao senhor: obrigado por me exaltar em habilidades profissionais, mas a verdade é que tudo isso me cansa muito. Os frutos do meu trabalho são somente cifrões ($) no bolso de pessoas que já tem muito. Gostaria de trabalhar exclusivamente para ti e colher frutos de salvação. Suspirei E tive de aceitar a realidade – enquanto espero o teu chamado tenho que ir vivendo assim, segundo o que está ao meu alcance.
De repente, fui...  






Leônidas Valente

January 11, 2011

o que é os doadores de sonhos?

Já dizia Leleo do filme Lisbela e o Prisioneiro: "Viver é que nem andar de bicicleta, moça. Se a gente parar, a gente cai!"

Doadores de sonhos é um sonho no qual o participante realiza um sonho que muito facilmente aquele que tem condições, poderia fazer por alguém numa situação inferior.
Ora. Se ha uma diferença social que se pronuncia cruel diante dos homens, e o desejo de conquista, supera muitas vezes, o desejo de ser honesto, viver bem e harmonicamente numa sociedade de diferenças culturais, financeiras, familiares... Aqueles que podem, devem sem duvida, se disporem a fazer o bem e o melhor que puder para minimizar o sofrimento que tais diferenças trazem consigo.
E não é uma questão de termos ou não, a ver com a penúria alheia! O que não podemos de maneira alguma, até porque estamos todos num mesmo navio, que embora sendo o mesmo, conserva suas classes diferenciadas umas das outras; é sermos acometidos de terrível indiferentismo.
A alienação é a maior chaga debilitante da sociedade. Seja em que âmbito pensar! É óbvio que se faz distinção daqueles que singularmente tem feito sua parte, talvez já fazendo a assepsia necessário para a cura desta chaga. Contudo, ainda é muito pouco dado a demanda crescente e descontrolada que se pode perceber.
O apostolo Paulo fala aos Romanos, na bíblia sagrada dos crentes, algo parecido a respeito do forte que deve, a exemplo de Cristo Jesus, viver com o propósito único de dar suporte ao fraco. E ainda firma que uma vez contrariada esta premissa, aquele que tem força, torna-se inútil. Também noutro lugar, Jesus conta uma parábola para fazer entender que a responsabilidade é pessoal nossa. Tal parábola, firma-se sob perspectiva de não negar ajuda humanitária, nem mesmo aos manifestos inimigos. O bom samaritano assim procedeu, realizando aquilo que estava em sua condição.
Vejam, os “Doadores de Sonhos” é um movimento socialmente revolucionário que a meu ver, é o remédio mais proficiente no tratamento das chagas que debilitam até aqueles que se dizem cristãos. Afora, o declínio pelo qual nos posicionamos muitas vezes, tem sido o alimento nocivo para a vida que sonhamos.
Em certo lugar, um salmista faz menção a esta vida como no momento que o povo se via livre da opressão de seus inimigos. O que para mim, coaduna plenamente com o propósito aqui firmado, que é o de fazer aquilo que podemos, intentando o não acumulo de tarefas pendentes. O amortecimento de nossa dívida social é para os doadores de sonhos, uma expressão que se pronuncia no sentido de saudar-la.
Encaminhar um menino de rua para um educandário, providenciar abrigo ao que queira se abrigar, alimentar aquele que padece fome, consolar a mãe que chora pela perda de um filho para as Drogas, visitar o enfermo no seu leito, levar um conselho ao que está preso, ser uma bussola para o estrangeiro; tudo isto é doar sonhos.
Mesmo para fazer isto precisamos de uma rede de contatos que viabilize tais feitos.
Pois aquele que pode, deve por sua vez, fazer aquilo que em seu coração se propõem. Ao pode, fazer uma escola não é nada. Do mesmo jeito que para uma grande empresa montar um abrigo onde se possa oferecer um curso profissionalizante para que aquele que precisa. São coisas que minimizam o dano causado pela maldosa indiferença no coração do homem que pode. Todos podemos alguma coisa. 

Leônidas S S Valente